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Mostrando postagens de outubro, 2005

Teoria da Ação Comunicativa, Tomo I

Teoria da Ação Comunicativa, Tomo I 1 – A teoria da ação comunicativa A tese básica da teoria da ação comunicativa é que a sociedade moderna se encontra dividida em duas esferas: o mundo da vida e os sistemas. Enquanto o mundo da vida, informado pelas convicções formadas comunicativamente e compartilhadas intersubjetivamente, obedece a uma dinâmica consciente e normativa, os sistemas, nomeadamente o sistema econômico e o sistema político, obedecem a uma dinâmica não-consciente e funcional. Habermas alerta para a colonização do mundo da vida pelos sistemas, que submetem os consensos do mundo da vida às suas exigências funcionais. Assim, o papel de uma teoria crítica seria o de denunciar e combater essa colonização, mediante o esclarecimento do mundo da vida. Contudo, como a teoria da ação comunicativa se apropria de várias concepções anteriores, é interessante que a reconstruamos paulatinamente. a) Max Weber Na sua famosa tese do “racionalismo ocidental”, Weber interpreta a mo

Judicialização da Política

Thomas Hobbes (1588-1679) concebeu sua teoria política no modelo contratualista. Em seu estado de natureza, os homens, egoístas e cobiçosos, violentos e traiçoeiros, lutam uns contra os outros, produzindo um estado de guerra. A razão dessa disputa sem fim é que todos têm direito a tudo, motivo por que a única solução era que todos os indivíduos renunciassem a todos os seus direitos em favor de um só, o príncipe, que exerceria sua onipotência em favor da manutenção da paz. É por isso que, para Hobbes, o poder político devia ser todo concentrado nas mãos do soberano, sem o que os riscos do estado de natureza continuavam a existir. John Locke (1632-1704) concebeu uma teoria também contratualista, mas profundamente distinta da de Hobbes. Para Locke, o estado de natureza não era necessariamente um estado de guerra, porque não era verdade que todos tinham direito a tudo, mas sim que a razão lhes indicava que cada um tinha direitos apenas a quanto bastasse para sua sobrevivência