Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2012

ENTREVISTAS COM OS ATLETAS LOGO APÓS SUAS DERROTAS OU DECEPÇÕES NAS OLIMPÍADAS

Ontem publiquei a seguinte nota no Facebook: "A entrevista do tipo 'Como você explica este resultado?' logo depois de uma derrota e decepção do atleta nas Olimpíadas deveria ser proibida pela Convenção de Genebra" E várias pessoas concordaram comigo. Contudo, como esta nota pode dar a entender que considero que a imprensa não tem o direito de perguntar e o atleta não tem o dever de responder - o que seria uma posição bem distante da minha -, resolvi hoje publicar uma nota mais desenvolvida com as razões por trás da declaração de ontem. Faço isso em nome da clareza, mesmo sabendo que desta forma, provavelmente, algumas pessoas que ontem concordaram com a versão mais curta que continha apenas a afirmação da ideia principal talvez hoje não concordem com esta versão mais longa que traz também as minhas razões. De qualquer maneira, acredito que seja uma contribuição para a reflexão sobre a questão. Deixem-me tornar a minha posição mais clara, então. Em primei

DEVEMOS MESMO INVESTIR MAIS NOS ESPORTES?

Do ponto de vista político, as Olimpíadas modernas estão fortemente ligadas ao momento do auge dos Estados-nacionais. Elas foram sistematicamente exploradas pelos governos estaduais para fazer propaganda nacionalista a respeito da superioridade de uma raça, de um povo, de uma tradição ou de um regime sobre os demais. (Nisso se assemelha ao que aconteceu com a corrida aero-espacial e com as artes de massa, sobretudo o cinema.) Especialmente nos tempos da Guerra Fria, eram uma oportunidade quatrienial de comparação entre o êxito das políticas esportivas e o volume de nacionalismo produzidos pelos regimes capitalista e socialista, bem como entre a hegemonia da Velha Europa e as forças emergentes de EUA, URSS, China e Cuba. Isso justificava os elevados investimentos em estrutura esportiva para gerar atletas e grupos vencedores. Não à toa, na cerimônia de entrega das medalhas, o atleta ou grupo premiados vestem os uniformes com as cores de seus Estados de origem ou de adoção e ouvem a