Premissas e Conclusões

Argumento é um conjunto formado por duas ou mais proposições de modo que uma delas é a conclusão e as demais, as premissas. Premissa é uma proposição cuja verdade serve de base para a verdade de outra, a conclusão. Conclusão é uma proposição cuja verdade se baseia na verdade de outra, a premissa. Inferência é a operação pela qual se passa da verdade da premissa para a verdade da conclusão.

Por exemplo:

Premissa: Ninguém atende ao telefone.
Conclusão: Logo, ninguém está em casa.

Premissa: X é um quadrado.
Conclusão: Logo, a soma dos ângulos internos de X é igual a 360º.

Nesses dois exemplos, notamos a seguinte diferença. Enquanto, no primeiro, a verdade da premissa torna provável a verdade da conclusão, no segundo a verdade da premissa torna necessária a verdade da conclusão. Quer dizer que, no primeiro exemplo, mesmo que a premissa seja verdadeira (quer dizer, mesmo que ninguém esteja mesmo atendendo ao telefone), é possível que a conclusão seja falsa (quer dizer, é possível, por exemplo, que haja alguém e não esteja ouvindo o telefone, ou esteja ouvindo e não possa atender, ou possa, mas não queira etc.). Chamamos esse tipo de argumento de indutivo. Porém, no segundo exemplo, se a premissa for verdadeira (quer dizer, se X for mesmo um quadrado), então é simplesmente impossível que a conclusão seja falsa (quer dizer, é simplesmente impossível que a soma dos ângulos internos de X não seja igual a 360º). Chamamos esse tipo de argumento de dedutivo.

Um argumento é válido se sua conclusão pode ser inferida, quer com probabilidade (indutivo), quer com necessidade (dedutivo), de sua premissa. Isso não quer dizer que suas premissas sejam verdadeiras. O argumento:

Todos os homens são pássaros
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é pássaro

É tão válido quanto o clássico:

Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal

Porque, em ambos os argumentos, se as premissas forem verdadeiras, estaremos autorizados a dizer que a conclusão é também verdadeira. A diferença é que o primeiro recorre a pelo menos uma premissa falsa ("Todos os homens são pássaros"), que, mesmo combinada com uma premissa verdadeira ("Sócrates é homem"), leva a uma conclusão falsa ("Logo, Sócrates é pássaro"), enquanto o segundo argumento lida apenas com premissas verdadeiras. Ao argumento que, além de válido, contém apenas premissas verdadeiras se chama argumento sólido.

Comentários

Danielly Guimarães disse…
Postagem esclarecedora! =)
Anônimo disse…
Que bom que gostou, Dani. Obrigado pela visita e pelo comentário!
Gabriela disse…
Estava estudando para uma prova de Filosofia e gostei muito da tua clareza. Muito bem explicado..
Unknown disse…
Postagem esclarecedora ... aula de Matemática Aplicada, argumentos, premissas e conclusões... Me ajudou muito..
Unknown disse…
Muito bom mesmo ;)
Anônimo disse…
Além de esclarecedor, aqui só tem gatinhas!
Unknown disse…
Perfeito!!!

Gostaria de parabenizar a postagem pela facilidade no esclarecimento do assunto. Genial!
Unknown disse…
Meu professor com certeza tirou daqui esses exemplos, porém não soube explicar tão bem!
Professor, poderia fazer mais publicações sobre Lógica! Penso que seja uma deficiência nas academias brasileiras. Muito obrigado.
Unknown disse…
Ótimo...
Unknown disse…
Adorei. Muito bem explicado.
Unknown disse…
Muito bom

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