É comum ouvir de alguém que quer compartilhar com outro uma ideia estimulante ou uma emoção intensa a seguinte frase: “As palavras são pobres demais para expressar o que eu gostaria”. Eu, que sou amante das palavras, sempre me incomodei com essa frase. Sempre me pareceu que eram as ideias e as emoções que eram confusas, incompletas, contraditórias, precipitadas, enfim, elas é que eram pobres demais para as palavras, e não o contrário. Mas, colocado em termos de se são as ideias e emoções que são pobres demais para as palavras ou se é o inverso, a questão se transforma numa variante do paradoxo de Tostines, que, para quem não viveu ou não se lembra fim dos anos 80, era o biscoito acerca do qual se levantava a questão: Vende mais porque é fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais?, e a resposta dependia enormemente de opinião e ponto de vista. Para fugir do paradoxo de Tostines, eu criei uma metáfora, que, porque apela para a imagem de uma conversão entre moedas, chamei de “metáfora